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  • Foto do escritorLucas Freitas

Comportamento Narcisista no esporte: Uma análise profunda das relações interpessoais e da cultura do corpo perfeito.

O corpo escultural é, atualmente, pode ser considerado por muitas pessoas que valorizam a prática regular de exercícios físicos como uma obsessão pela imagem corporal perfeita. Podemos observar padrões comportamentais narcisistas quando analisamos pela Psicologia do Esporte como a relação com a atividade física desempenha um papel fundamental nas dinâmicas de aprendizagem do "eu" em relação ao corpo durante as interações com os outros.


Compreende-se que, conforme Skinner (1953), as relações interpessoais são moldadas pela interação do comportamento social a partir de um acordo entre membros da comunidade verbal ao estabelecer comunicação. No contexto esportivo, as interações verbais entre treinadores, colegas de academia e até mesmo adversários (membros da comunidade verbal) podem influenciar diretamente a noção de self do atleta, ou seja, guiar a maneira como ele se observa e age em contextos específicos (FREITAS & FERRAZ, 2022), neste caso, no contexto do esporte. O feedback sobre desempenho físico e aparência pode estar controlado, constantemente, pelo reforço ao atingir um padrão de perfeição física, exacerbando tendências narcisistas.


As experiências passadas moldam nossas percepções e comportamentos atuais. No contexto do esporte, podemos analisar a associação entre a valorização do corpo perfeito e a autoestima do atleta, altamente treinada em contextos que exigem disciplina de exercícios, como no atletismo ou musculação, por exemplo. A busca por aceitação e reconhecimento no ambiente esportivo pode levar a uma sobrevalorização da imagem corporal, afetando diretamente o bem-estar.


A cultura do corpo perfeito, promovida muitas vezes pela indústria fitness e pela mídia, exerce uma pressão significativa sobre os atletas, incentivando comportamentos narcisistas e contribuindo para uma visão distorcida da autoimagem. A obsessão pelo corpo escultural pode levar a práticas extremas, como dietas restritivas, uso de substâncias e até mesmo distúrbios alimentares, comprometendo não apenas o desempenho esportivo, mas também a saúde biossocial do indivíduo.


Portanto, é essencial reconhecer e criticar o tipo de corpo padrão estimulado pela academia e pela sociedade em geral. O bem-estar não deve ser definido exclusivamente pela conformidade com padrões estéticos irreais, mas sim pela saúde biossocial do indivíduo. Promover uma cultura esportiva que valorize a diversidade corporal, a aceitação e a autoaceitação é fundamental para garantir que as interações sociais nestes ambientes sejam menos tóxicas.

REFERÊNCIAS:


ARAUJO, Maria das Graças. Considerações sobre o narcisismo. Estud. psicanal., Belo Horizonte , n. 34, p. 79-82, dez. 2010 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372010000200011&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 01 fev. 2024.


CARVALHO, Cristianne Almeida. Psicologia e esporte: um olhar fenomenológico para um encontro marcado pela modernidade. Rev. abordagem gestalt., Goiânia , v. 15, n. 2, p. 149-156, dez. 2009 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672009000200011&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 07 fev. 2024.


COPPUS, A. N.; BASTOS, A.. O corpo na neurose obsessiva. Psicologia Clínica, v. 24, n. 2, p. 115–125, jun. 2012.


FREITAS, L. P. P.; FERRAZ, T. C. P. O sobressair do Self-como-contexto na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Cadernos de Psicologia. ISSN 2674-9483, 2022. p. 462-489.


MATOS, Maria Amélia. Comportamento governado por regras. Rev. bras. ter. comport. cogn., São Paulo , v. 3, n. 2, p. 51-66, dez. 2001 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-55452001000200007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 02 fev. 2024.


SKINNER, B. F. Science and human behavior. New York: Free Press, 1953.


VANKATESH, S. M., at. al. Influências culturais e sociais na variação individual nos processos emocionais. In HAYES, S. C.; HOFMANN, S. G. Para além do DSM. Trad. ROSA, S. M. M. 2023. SYNOPSYS.

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